segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A falta que me fazes

Quando acordo e nao te encontro ao meu lado, uma lágrima teima em escorrer pelo meu rosto. Este rosto ressequido pela idade. Rosto sofrido. Desgastado. Abatido. Levanto-me e preparo o pequeno-almoço habitual: torradas com um chá de cidreira. Já quando nos casámos tinhamos esta paixão pelo chá. Coisas nossas, que se vão tornando hábito. Enfim, agora só necessito de uma chávena, algo que ainda não se tornou natural. Dou por mim a colocar a mesa para dois. Afinal, foi o que fiz durante quase quarenta anos.
Apetece-me ir até ao jardim. O enorme jardim que demorei quase uma vida a construir mas que me alegra a vista e me enche de orgulho. Foi a poucos qulómetros daqui que tudo começou. Foi a poucos metros daqui que te pedi em casamento. Foi na igreja que fica em frente à nossa casa que me fizeste o homem mais feliz do mundo ao dizeres o tão badalado "sim".
Agora tudo se esfumou. As coisas passaram muito depressa. A vida é tão fugaz que mete medo. Ainda ontem foi o dia em que te puxei para mim e beijei esses ternos lábios. Parece que passaram horas desde o momento em que passeámos naquela noite escura pela praia, onde nos entregámos por completo um ao outro.
As pernas já não me deixam andar durante muito tempo, por isso sento-me no banco debaixo do Chorão. Sem ti nada é igual, meu amor. Não há nada que possa fazer em relação a isso. A cama é fria. A comida não tem sabor. As horas não passam.
Contudo, partilhei uma vida contigo e isso deixa-me feliz. Ver o teu rosto a modificar-se foi o maior previlégio a que tive direito. Como sempre, olho para a primeira fotografia que tirámos juntos e que guardo na minha carteira, pedindo para te ter só mais um bocadinho. Fecho os olhos idealizando que te vais materializar quando os abrir. Devagar, abro-os... Nada. Nunca me apareceste. Nunca mais te toquei e já lá vão 5 meses. Mas um dia... Sim, um dia vou voltar a ter-te Camila.
Amo-te... Amei todas as tuas vertentes, personalidades. Todos os amuos e esse requintado mau feitio. Tudo em ti... Tudo em nós. A perfeição a que assisti em ti... não há outra igual.
Espero por ti... Até ao dia que voltares para mim ou eu morrer para ti.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nota de suicído (eu prometi =D )

A isto chamam desespero. Eu chamo salvação.
A isto chamam irracionalidade. Eu chamo solução.
A isto chamam loucura. Eu chamo sanidade mental.

Não vale a pena continuar uma coisa que terminou há muito tempo. Aquilo que sou e fui não tem um futur. Não há continuação nesta sequela.
Mais vale deitar-me e ver o meu sangue esvair-se. Mais vale sufocar pelas dores dilacerantes. Mais vale contorcer-me pela aflição de um veneno.
Dói menos que pensar que o perdi. Dói menos que pensar que estou sozinha. Dói menos que imaginar um futuro vazio, opaco, consumido pela raiva que me leva a ser ninguém. Sim, ninguém. É assim que me sinto. Já não lhe pertenço. E não quero ser de outro.
Não me faz falta respirar. Respirar pela manhã corrói-me. E não me digam que passa.... isto não passa. Se o amor pode ser eterno, tambem a dor que este causa se prolonga até ao fim dos meus dias. E este é o último a que tenho direito. Ou melhor, é o último a que quero ter direito.
E espero, sinceramente, que te mates por dentro por saberes que causaste isto, como morri no momento em que ditaste o nosso fim.

Por momentos, parece mesmo que estou a ver a luz.

domingo, 27 de março de 2011

Diálogos inacabados

- Quem sabe... - Como assim? - Um dia podemos ficar juntos - Ele falava sem qualquer tipo de determinação na sua voz. - Achas? - Porque não? - Então porque não agora?... - Porque não é o momento certo. - Afirmou rapidamente. - Mas dá-me um motivo... - Não sei. Existem histórias que não fazem qualquer sentido. Esta, estranhamente, nunca se poderá perder porque nunca se encontrou.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Miss You


Foste-te. Não me avisaste nem te despediste; Simplesmente desapareceste sem deixar rasto. Agora, sozinha e perdida, não tenho a quem recorrer. Sinto falta do teu carinho e do teu abraço. Falta-me sentir o odor do teu perfume e o som da tua voz.
Para quê ser feliz se depois me tiram o motivo pelo qual sorriu? Por que me levaram a razão da minha existência?
Agora resta-me olhar para este pedaço de pedra ao lado de tantos outros e imaginar que debaixo de toda esta terra não te vou encontrar.
Quero acreditar que ainda acreditas em nós e que não morreste. Qual o sentido de matar uma pessoa extraordinária? E é assim que falam de "justiça divina"?
Eu queria-te para sempre. Amo-te da forma mais profunda possível e sem ti sinto que não existo. Só isso me faz estar ainda aqui: eu sei a verdade. Eu morri contigo. Tu representaste e despertaste aquilo que de melhor existia em mim
Aqui estou.. Sozinha, a deambular, melancólica, vazia... Morta

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"porque sim..."

- então como correu o teu dia?
- Muito mal, sinceramente...
- Porquê? - Pergunto, meio preocupada.
- Porque sim...
- Não te vais explicar?
- Nem por isso.

Não me posso aproximar de alguém que me afasta... Mas também me é dificil afastar-me quando me quero aproximar.
E que tal mais simpatia?!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tomas *.*


"Não tenho muito mas o pouco que tenho é teu
Se mais ninguém te ouvir tu sabes quem te ouve sou eu
E quando tiveres triste , com falta de um amigo
Fecha os olhos não temas porque eu vou estar aqui contigo"
Boss Ac

Definam amizade pelas mais complicadas palavras do dicionário para parecer algo importante, revistam-na de várias encruzilhadas para a tornarem interessante e sintam-na como se fosse a única coisa que interessa à vossa volta.
Façam tudo isto... Porque mesmo assim não vai ser suficiente.