terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A consequência de adormecer

Estou numa casa a cair de velha, com um pequeno vestido preto que não me aquece do vento frio que me percorre o corpo. O chão está completamente preenchido por plantas secas que sobressaíram do chão já desgastado com o tempo. Ao fundo, no cimo de uma colina, um vulto move-se lentamente, fazendo-me ter vontade de correr até la para descobrir de quem se trata. No entanto, afinco os pés no chão e faço força com as costas no que resta daquela parede. Poderia ser perigoso. Eu não sabia de quem se tratava! Poderia ser um qualquer maníaco que me iria raptar ou roubar, ou ainda… Não, nisso nem quero pensar!
A chuva começa a cair com violência e eu tenho de sair dali. Necessito de me abrigar mas, a verdade, é que eu não me lembro como ali cheguei. Então, impelida por uma força mais forte que eu, caminho em direcção ao verde monte onde aquele vulto permanecia imóvel.
Detenho-me a uns cinco passos dessa pessoa e apercebo-me de que não se trata de nenhum estranho: é o meu namorado. Abraço-o, feliz por já não me encontrar ali sozinha. Ele afasta-se e estende-me um ramo de rosas com as pétalas a cair devido ao mau tempo.
-Desculpa não esperava que o tempo ficasse tão mau! – murmurou-me ao ouvido. Eu não me importava, claro que não! Eram as flores mais bonitas que ele já me havia dado e, naquele momento, uma lágrima de emoção percorre o meu rosto, por me aperceber que sempre fora ele quem me completa. Estava feliz e sentia que só ao seu lado isto poderia ser possível: estar preenchida desta forma.
Mas aconteceu aquilo que eu não queria: acordei, apercebendo-me de que tudo continuava na mesma… E não tinha ar de mudar, porque pela janela do meu quarto irrompia uma luz radiante, impossibilitando a ocorrência daquele sonho. Isso, e o facto de não ter qualquer vestido perto.

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